segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O mapa

Olho o mapa da cidade

Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...


(E nem que fosse o meu corpo!)


Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...



Ha tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,

Ha tanta moca bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)



Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada

No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso


Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,

Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)



E talvez de meu repouso...

(Mario Quintana)




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