sábado, 20 de fevereiro de 2010

entrevista

Fizemos uma entrevista com o fotógrafo Fernando Stankuns.

Confira aqui o perfil do nosso entrevistado em seu site.







Olá Maria José, Naiula, Magna e Nazaré,


Fico muito feliz que minhas fotografias estão sendo vistas aí em Cruzeiro do Sul.
Puxa, vocês fizeram muitas perguntas, e muitas perguntas que não são tão simples de responder, mas vou tentar...



1) O que você pretende mostrar para as pessoas com suas fotografias?


Que pretensão essa do fotógrafo né?
Querer mostrar algo para as pessoas. Mas é acho que é isso mesmo que acontece, mais que explicar, simplesmente mostrar.
Acho que tento mostrar minha visão, não de um mundo melhor ou pior, nem um mundo mais bonito ou mais feio, mas sim um mundo que às vezes passa desapercebido pelos olhares apressados ou demais acostumados de outras pessoas.



2) Qual foi a sua reação ao ver a imagem do alto do parque nacional da Croácia? E o que o levou a tirar essa foto?


Às vezes fotografamos algo e só depois de revelado o filme, ou com as imagens no computador, percebemos alguns detalhes e nos surpreendemos com uma fotografia tirada.

Outras vezes, e isso depende de um exercício do olhar ou talvez de sorte, a imagem surge diante de você e já sente que será uma bela fotografia.
Acho que esse, o segundo caso, foi o que aconteceu nessa foto do Parque na Croácia, há alguns anos.
Passei o dia no belo parque e fiz outras fotografias, e quando já estava indo embora, na última ou penúltima 'pose' do filme (daqueles filmes de 36 de 'antigamente'), aquela cena surgiu à minha frente.
Achei que poderia ser uma boa fotografia, mas não imaginei o resultado final que causa tanto impacto em quem a vê.



3) Sabemos que você viaja por diversos países. Quando você chega a uma comunidade, qual é o tempo que você tem de contato para começar a fotografar?

Viajei por diversos países quando tive a oportunidade de estudar (através de um intercâmbio) fora do país. Quando você está fora de casa, e tão longe, tudo vira novidade.
Quanto mais tempo você puder conhecer o local, as pessoas, o clima, melhor será sua fotografia, não dependendo tanto da sorte como naquela fotografia da Croácia.
Em viagens isso varia e nem sempre é possível ficar muito tempo, às vezes uma semana, outras nem tanto, às vezes apenas um dia.
Mas um dia pode não ser suficiente para dezenas de fotos, mas para que tantas? Com um pouco de paciência, de calma, olhar atento, um dia pode render uma fotografia muito interessante.



4) Você acredita que com a popularização das digitais, mudou a relação da sociedade com a imagem?

Com certeza. Não só mudou, como estamos no meio dessa grande mudança, e por isso é ainda muito difícil analisar.
Hoje percebo que o digital está influenciando muito não só o fato de todos terem uma câmera ou um celular que fotografa, digamos a parte tecnológica, mas o digital está modificando muito a maneira como vemos e divulgamos e compartilhamos essas fotografias.
Com a internet (e seus sites, blogs, flickr) sabemos o que está sendo fotografando neste momento do outro lado do mundo, ou aqui no Brasil, em cidades distantes quanto São Paulo e Cruzeiro do Sul, por exemplo.
Outro exemplo é a dos direitos autorais, que assim como na música teve (ou terá) que ser revisto, vai acontecer com as fotografias, com tantas imagens (e portanto conhecimento) circulando por aí, não tem como se manter uma mentalidade (e uma legislação) ultrapassada.
Minhas imagens por exemplo, que estão no meu site e no flickr, podem ser utilizadas sem restrição em sites, blogs, trabalhos acadêmicos e etc, com a única obrigação que tenha os devidos créditos para o autor.
Só não podem ser utilizadas com fins comerciais. Ou seja, nada mais óbvio, mas que ainda tem muita gente que não percebe. Mas como eu disse, estamos no meio da grande mudança, por isso não sei bem dizer como será a vida do fotógrafo profissional a longo prazo.



5) Quando você começou a fotografar? E como isso acabou se envolvendo na sua carreira de arquiteto?

Comecei a fotografar em 1998, com vinte anos, quando justamente entrei na Faculdade de Arquitetura. Inicialmente, e apesar de toda a importância que a fotografia tem para a arquitetura e seu ensino, mesmo não havendo nenhuma disciplina específica para isso, na Faculdade havia um laboratório de revelação e ampliação de fotografias P&B, onde passei muitas tarde ampliando minhas fotos.
Também uma bela biblioteca com livros de fotografia inspiradores.
E a arquitetura faz a gente sair pela cidade, junta isso com 'acordar cedo' e pronto, fotos para todos os lados.
Mas só depois de um tempo que estava formado comecei a ver a possibilidade de trabalhar com fotografia, inicialmente como 'fotógrafo de arquitetura' e depois outros 'tipos' de fotografias, e ainda estou no começo desse caminho.



6) Como foi ter seu trabalho de fotógrafo reconhecido?

Reconhecido? Quem me dera... Acho que ainda tenho muito trabalho pela frente, sou só um iniciante, para quem sabe mais para a frente ter o trabalho reconhecido.



7) O que significa para você fotografar?

Acho que como mencionei na primeira pergunta, significa mostrar um jeito de ver, tentar mostrar para as pessoas algo que passe desapercebido.
Gosto muito de fotografar, é um momento que me sinto particularmente feliz, independentemente se estou fotografando pessoalmente ou para algum trabalho. A única coisa 'ruim' é a vontade de sair por aí fotografando mais e mais e não dar tempo...



8) Qual o seu critério pessoal para considerar uma fotografia boa?

Não tem nenhuma fórmula pré estabelecida. As fotos que eu tiro envolvem muitas emoções, e se misturam na hora de olhar a imagem as lembranças de como aquela foto foi feita, por isso nem sempre as fotos que mais gosto são as que as pessoas mais gostam quando vêem minhas imagens.
O mesmo ocorre quando não dou muita importância para alguma, e acaba tendo muita repercussão.
De outros fotógrafos... não sei bem explicar, é uma questão difícil, o que percebo é que um dia você pode achar uma foto mais ou menos, e no outro dia adorar...




9) Quais os fotógrafos que te influenciaram? E quais os que você mais gosta hoje?

Tem um fotógrafo de arquitetura, e ele é fotógrafo também, que quando eu estava no comecinho de minha jornada fotográfica, foi meu grande incentivador (através dos livros onde suas fotos foram publicadas e de algumas conversas com os alunos na Faculdade) e é o grande mestre da fotos de São Paulo, chama-se Cristiano Mascaro, e ele se diz influenciado pelo Bresson, do qual eu também adoro. Acho que hoje continua assim.



10) Na sua opinião, o que faz um bom fotógrafo?

O Cristiano Mascaro diz que se você quer ser um bom fotógrafo, você tem que estudar bastante. Mas não é (só) estudar fotografia, tem que estudar geografia, história, economia... Assim você vai entender como tirar boas fotos.
Eu acrescentaria que o importante é fotografar.
Fotografar, ver, entender porque saiu daquele jeito, se era o que você queria, como fazer diferente, e fotografar mais e mais e mais.
E não precisa ir muito longe, às vezes a melhor foto é aquela da janela da sua casa.
Bom, acho que é isso... Fotógrafo é melhor com a câmera que com as palavras...



Se tiverem mais alguma dúvida, escrevam.

E parabéns pelo blog!



Abs

Fernando

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

exposição 2


segunda seleção de fotos para a exposição desta semana;

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

exposição 1




primeira seleção de fotos a compor nossa exposição;

Carnaval

No carnaval é um lugar muito bom de se fotografa sem colocar defeito, pois no carnaval existe muitas cores luzes, movimentos , cenários, as fantasias de varias formas, a cultura que eles tentam demostrar para aqueles que vão prestigiar o evento.


No carnaval é um movimento de alegria para as pessoas, elas esquecem dos seus problemas e pra eles só festa e diversão.
No carnaval as pessoas inventam as suas proprias fantasias, só assim elas se sentem bem para festejar, uma festa tão cultural de sua propria região.

Publicado por: ELITON

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Padrões.



Preenchem a foto com um padrão e pode dar a impressão de tamanho e números grandes.


Texturas.



Transmite uma sensação visual ou táctil.

Composição.



São todos os elementos que compõem a foto, podendo ser classificada como uma
técnica qualitativa.

Linhas diagonais.



Geralmente as linha diagonais trabalham para conduzir os olhos das pessoas que estão visualizando a imagem.

Linhas verticais.



Podem transmitir uma enorme variedade de informações em uma fotografia.

Postado por: Grupo Águia.

Momento num Café

“Quando o enterro passou

Os homens se achavam no café

Tiraram o chapéu maquinalmente

Saudavam o morto distraídos

Estavam todos voltados para a vida

Absortos na vida

Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado

Olhando o esquife lentamente.

Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade

Que a vida é traição

É saudava a matéria que passava

Liberta para sempre da alma extinta”

(Manuel Bandeira)


Noite morta


Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.


Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.


No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.


O córrego chora.
A voz da noite . . .


(Não desta noite, mas de outra maior.)


Petrópolis, 1921



Quadrilha


João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.


(CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)





A rosa de Hiroxima


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

VINÍCIUS DE MORAES

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A rosa de Hiroxima


Pensem nas crianças

Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres

Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa

Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada.



Vinicius de Moraes

Guerreiras:Naiula, Nazaré, Magna e Maria José.



O bicho


Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem.


Manuel Bandeira

Guerreiras:Naiula, Magna, Maria José e nazaré.

no meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do
caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.



Carlos Drummond de Andrade


Guerreiras:Naiula, Magna, Maria josé e nazaré.

O mapa

Olho o mapa da cidade

Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...


(E nem que fosse o meu corpo!)


Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...



Ha tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,

Ha tanta moca bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)



Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada

No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso


Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,

Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)



E talvez de meu repouso...

(Mario Quintana)





Momento num Café


Quando o enterro passou

Os homens se achavam no café

Tiraram o chapéu maquinalmente

Saudavam o morto distraídos

Estavam todos voltados para a vida

Absortos na vida

Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado

Olhando o esquife lentamente.

Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade

Que a vida é traição

É saudava a matéria que passava

Liberta para sempre da alma extinta.



Manuel Bandeira

A rosa de Hiroxima


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.


Vinícius de Moraes

Mulher proletária


Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem, (fabrica filhos)

tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o
Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.



Mulher proletária,
o operário, teu
proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
ao contrário das
máquinas burguesas
salvar o teu propr
ietário.



Murilo Mendes

Noite morta


Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.


Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.



No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.

Os que ainda vivem e os que já morreram.



Manuel Bandeira

no meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.



Carlos Drummond de Andrade